No último episódio do podcast Elas na Proteção, produzido pela Revista Proteção e patrocinado pela MSA e Marluvas, tive o privilégio de contar com a presença de minha amiga e colega, Fernanda Netto, para uma entrevista com a pesquisadora Arline Arcuri.
Nossa discussão centrou-se na nanotecnologia, um campo de conhecimento emergente com potencial transformador, mas que ainda encontra desafios significativos em termos de compreensão e adoção, principalmente em contextos educacionais.
Durante a conversa, exploramos uma questão central e atual: a defasagem do sistema educacional em acompanhar o ritmo das transformações digitais. Essa lacuna tem consequências amplas e severas, como o aumento do desemprego, a manutenção de estratégias desatualizadas e a má alocação de recursos. A persistência em métodos tradicionais, mesmo diante de resultados insatisfatórios, reflete a resistência à inovação em áreas cruciais para o desenvolvimento sustentável.
É necessário destacar que, enquanto a nanotecnologia avança em setores industriais, as oportunidades de explorar seu potencial completo estão diretamente ligadas à nossa capacidade de adaptação educacional. Soluções simples podem, inclusive, ter um impacto profundo. A personalização da interação em sala de aula, como o ato de conhecer e chamar os alunos pelo nome, contribui significativamente para um ambiente de aprendizado mais inclusivo e engajador.
Além disso, discutimos a importância de acolher novas tecnologias com responsabilidade. A proteção, tanto em sentido literal quanto figurado, é fundamental para garantir que a inovação seja orientada por princípios éticos e sociais. Muitas vezes, questões culturais interferem nessa jornada, colocando o humor, o conforto e o medo como barreiras à adoção de práticas coerentes e responsáveis.
Por fim, abordamos o conceito de Smart Dust, um sistema de minúsculos sensores que, de forma autônoma, detecta e transmite dados ambientais. Embora ainda pouco estudada no Brasil, essa tecnologia já é aplicada em diversas indústrias, e sua análise crítica e técnica se faz urgente, especialmente à luz dos desafios éticos que ela traz.
Este episódio estará disponível em breve no canal da Revista Proteção.
Aqui estão cinco curiosidades fascinantes sobre nanotecnologia:
Alumínio em nanopartículas pode entrar em autocombustão: Quando o alumínio é reduzido a nanopartículas, ele ganha propriedades explosivas e pode entrar em combustão espontânea ao entrar em contato com o ar. Isso se deve à alta reatividade resultante de sua grande área superficial em comparação com seu volume.
Acúmulo de nanopartículas de sílica no corpo: Embora a sílica seja utilizada em várias aplicações, como em revestimentos e cosméticos, pesquisas indicam que, em forma de nanopartículas, ela pode se acumular nos tecidos ao longo do tempo, representando potenciais riscos à saúde em exposições prolongadas.
Nanotubos de carbono são mais fortes que o aço: Um dos materiais mais resistentes já criados, os nanotubos de carbono possuem uma resistência à tração aproximadamente 100 vezes maior que o aço, mas com uma densidade muito menor, tornando-os ideais para criar materiais superleves e ultrarresistentes.
Nanopartículas podem alterar cores sem pigmentos: Algumas nanopartículas, como as de ouro e prata, interagem com a luz de forma única, criando cores vibrantes sem a necessidade de pigmentos tradicionais. Isso acontece devido a um fenômeno chamado ressonância de plasmon de superfície, que depende do tamanho e da forma das partículas.
Nanorrobôs podem navegar no corpo humano: Pesquisadores estão desenvolvendo nanorrobôs que podem ser usados para entregar medicamentos diretamente a células doentes ou até mesmo realizar reparos em nível molecular dentro do corpo humano, oferecendo um futuro promissor para tratamentos médicos altamente específicos e menos invasivos.
Convidamos todos a refletirem sobre a relevância da nanotecnologia e seu papel no futuro da educação e do trabalho.
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